Grupo Irmã Scheilla, 18/08/2023
Quantas saudades daqueles dias!
Dias de doce brisa!
Brisa suave, delicada e refrescante!
Brisa trazendo lenitivo para o calor
abrasador vindo do calçamento de pedras.
Pedras trazidas de lugares distantes
nas carroças puxadas por cavalos.
Casas quentes, apenas uma abertura
nas paredes dos cômodos, com duas portas, uma para as visitas, outra, para os
serviços diários.
Calor atordoante!
Sol escaldante!
Vento quente trazendo a brisa morna
do deserto distante!
Sol se pondo.
O vento vai se acalmando...
As águas do rio se refrescam com o
pôr do sol e nos enviam uma brisa suave, amena e reconfortante que penetra
nossas casas pequenas. É o convite de todas as tardes para nos sentarmos em frente
de casa.
Brisa que nos convida à oração e ao
convívio harmonioso!
Nosso Amigo chegava de mansinho –
passos leves, como leve era Seu corpo!
Chegava silencioso, olhar profundo,
doce sorriso nos lábios, com os braços abertos para dar e receber abraços
fraternos. Juntava-se a nós. Sentava-se na banqueta rota e nos contava
histórias...
Histórias de sábios ensinamentos com
palavras reconfortantes.
Nos ensinava a viver, nos incentivava
a mudanças, nos unia com suas palavras de amor e bondade.
Às vezes, não percebíamos que ele havia
partido tão embalados estávamos por suas suaves e doces palavras. Como chegava,
partia...
Ele nunca nos disse seu nome; nós
nunca Lhe perguntamos...
Toda tarde, quando as águas do rio
amenizavam o calor do sol impiedoso, sentávamo-nos em frente à porta a sua
espera. Toda tarde o milagre se repetia: sua chegada silenciosa, cheia de luz e
paz.
Ele chegava - nos ensinava, nos
acolhia, nos amparava e nos consolava.
Ele nos dava esperanças de um futuro
ditoso.
Ele sorria - seus olhos cintilavam,
seu corpo, leve e luminoso, parecia flutuar levemente à nossa volta – estendia
suas mãos e nos abençoava.
Um dia, ele não veio, no outro,
também não!
Ele ficou para sempre em nossos
corações!
Sua imagem gravou-se em nossas retinas.
Seus ensinamentos ficaram gravados nas pedras e nos corações para serem
compartilhados, aprendidos e praticados por toda a humanidade.
Ah, que saudades da brisa daquelas
tardes às margens do rio!
Ah, que saudades daqueles encontros
abençoados!